E como se não pudesse viver minha própria vida, é como se tudo que faço fosse errado, e quando me preocupo com alguma coisa eles simplesmente ignoram e acham que a preocupação é inútil. 

É uma prisão dentro da minha própria casa, sim, sem grades nas janelas e no lugar do cadeado uma maçaneta, e uma simples luz ligada parece um buzida de alerta de incêndio. Impossível seria a palavra correta para explicar a forma de viver nesse apartamento, mas de maneira inexplicável eu consigo engolir tudo isso a seco e deitar na minha cama, por mais que eu não consiga dormir e fique rolando de um lado para o outro.

Ir à cozinha tomar um gole de água e pingar colírio na minha tão repentina conjuntivetive foi como se a bomba de hiroshima tivesse caído ao lado do nosso prédio e um turbilhão de ameassas chegam em meu ouvido, como se eu não tivesse escutado nada daquilo eu volto pro meu quarto. Como um sinal de insatisfação, ele é "invadido", sem nenhum sinal de educação ou respeito a intimidade de uma adolescente, que no momento parece ser tratado como uma criança de 8 anos que não sabe ler, mostra seu problema e novamente como uma criança de 8 anos acham que ainda me inganam dizendo que quando acordar não vai mais ter nada.

E quando demonstro sinais de revolta e simplesmente os trato como eu sou tratado eu sou a errada, e eles em momento algum pensam em como eu me sinto sento insultada e contrariada. 

*PORRA, eu não posso ficar com a LUZ acessa LENDO. *

Como eu devo me sintir? É dificil achar uma modo de me expressar cercada de pessoas que nunca me deram ouvidos, e depois de três ou quatro anos chegaram a conclusão de que a menina ja tinha se tornado uma dolescente, e que tal ja tem suas ideias formadas, ja sabe se viram sozinha, e não precisa que alguém lhe diga como chegar em determinado lugar. Sim a menina que sempre parecia ser mimada prefere ficar em casa sozinha, sem falar com ninguém,  porque foi assim que sempre se sentiu quando aos 6 anos ja precisava decidir o que iria comer no almoço e simplemente fazia tudo, tudo sozinha, e eles sem ao menos perguntar se eu precisava de ajuda para fazer as tarefas, eles sempre acharam que eu tinha tudo que precisava e até hoje eles não sabem que quando tinha 6 anos eu só queria alguém para me ajudar a fazer o dever. Dez anos depois eles querem ter tudo nas mãos deles, mas eles não perceberam que só servem para botar a comida no armário e pagar as contas da casa. Sim, eu posso parecer infantil em muitos momentos, mas talvez isso seja uma forma de ter de volta o que eu devia ter tido aos 6 anos, quando o jornal nacional e a novela eram mais importantes do que perguntar se a filhinha querida e perfeitinha tinha alguma dificuldade em fazer a tarefa. Só passaram a se preocupar se eu estava fazendo os deveres de casa quando viram que o dinherio que tava saindo do bolso deles era um valor que fez falta na hora de pensar em ir viajar ou ir ao shopping fazer compras, só lembraram disso quando atingiu eles de algum modo. 

Simples e pacato, o meu quarto é arrumado, as coisas sempre estam no lugar, e me oferencem R$20,00 para passar a roupa, como se fosse uma forma de amenizar o pedido. 

Infelismente eu não tenho mais 8 anos, talvez eles querem que o tempo volte, mais ele não volta. E daquia 1 ano, quando eu não tiver mais nessa casa, talves eles vão pensar em como eu vou tar, e concerteza vão me ligar todas as noites. E vão ter a simples certeza que eu vou estar, e que eu não preciso deles pra nada. O  único problema é que eles vão ter a certeza de que eu vou ter que voltar. 

Aos 5, 6, 7, 8, 9, 10 anos eu só queria a atenção dos meus pais, agora eu não preciso mais dela, eu a achei em outros lugares, e eles nem preceberam isso