sábado, 4 de abril de 2009

Por um momento, estar sozinha causa um sentimento de abandono, como se faltasse algo, ou alguém, aqui do meu lado, ou mesmo na sala...
Mas ao mesmo tempo eu sinto um alívio surpreendente, um alívio por estar sozinha e não ter ninguém aqui pra me perguntar o que estou fazendo, ou se estou com fome, ou pra simplesmente me chamar pra ver uma reportagem na TV que eu não deveria estar perdendo. Um alívio que me faz pensar o quanto eu sou egoísta, o quanto eu ignoro as pessoas que simplesmente querem preencher o meu tempo. Me sinto como se eu não tivesse sentimentos, como eu fosse uma simples aberração do mundo não querendo compartilhar cada momento do meu dia com quem quer que seja. 
Sinto uma enorme vontade de berrar, e então eu berro. Sinto vontade de escutar aquela música no volume que emu rádio aguentar sem destorcer as notas, então eu escuto e sinto vontade de contar junto, e se possível, cantar mais alto que a musica e então eu canto. 
E eu simplesmente posso, sem niguém aqui pra me impor limites.
E a cada dia eu espero um novo desafio, uma nova música pra cantar... e assim eu encaro os dias, um após o outro, sem querer vencer o tempo.

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